Tempos secos
São tempos secos
A pele da boca racha
As palavras saem secas
Ameaça se perder
Todo mundo tem sede
De correr
Porque sente falta
D'água na boca
Da libertinagem
De ser
Todo mundo precisa
Chorar
Molhar os lábios
Do consolo
Beijar na boca
Se danar
Sem censura
Sem censura
Sem se preocupar
Com a fissura
Dos anjos
Do Diabo
Os de cinza e preto
A gente quer mais
É sair firme
Não ralar ruim
Não calar
Não clarear
Não perder a raiz
Nessa ideia conservada
Perdi alguns dedos de paz
Na caminhada
Querendo prevalecer
Sabe?!
E culpamos nós
Os mesmos que secam
Sem esperança
Nesses tempos secos
Nós nem somos mais os mesmos
Nem lançamos mais
Um pedaço de pano branco
Pedindo paz
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