Navalha

08/11/2016 Amanda Timóteo



Navalha é uma rua escura
e eu querendo as restas
e eu correndo das sombras
e eu andando um beco escuro
e os pés nas pressas
a mente precisa
nas pressas
às pressas
pensando onde
eu me escondo
e eu me escondo nas luzes
como selvagem
um bicho caçado
se defendendo do mundo
dos homens
dos sujos
dos sustos
dos surtos
dos mudos
dos cegos
Navalha é um homem no fundo da rua
do beco
no poste
no tédio
no jogo nó sério
do absurdo
tentando sobreviver
das navalhas da farsa
da taxa
e dos números

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