Vida sem sal, nem açúcar.

08/06/2015 Amanda Timóteo

{Para ler ouvindo: Karina Buhr - Bem Vindas}


A vida anda parada assim mesmo, inconsciente. Não deveria nem chamar de vida, ei digo, estou sendo muito ingrata comigo, despreocupada sim. A vida está parecendo àqueles dias que já se acorda atrasada, desesperada, saindo bagunçada de casa, batom vermelho borrado e mal colocado, sinal vermelho em cada sinal passado, nada de esperança... Eu cá conformada que vou chegar atrasada.

  E durante a viagem não existia animo nem para abrir o livro de bolso dentro da bolsa sem bolso, que anda bagunçada. Não existia animo, porque sentei e lá fiquei na cadeira do coletivo, morta e insatisfeita, desfeita, mal amada e amada pelas pessoas certas, que não me cabia, eu nem merecia, nem sentia e nem consentia.

  A vida está nesse atraso aí descrito, como trânsito parado em dia atrasado, livro não terminado em dia desanimado, e amor mal recebido.

  Ficou pior quando me danei a filosofar, me achando muito filosofa e pouco sã, questionei o universo inteiro, até ficar triste e descobrir que não tenho a formula secreta para concertar tudo. Nessa besteira, tranco-me no quarto e deito na cama, fecho os olhos e viajo em fantasias pessoais, umas sexuais, outras só cafuné e dengo, muitas só drogas, e eu vou me acabar.

Eu durmo. Acordo tranquila que só, e descubro que dormir ajuda, mas percebo que perdi o dia todo nessa angustia. A vida está como carnaval, a folia é temporária, acaba e deixa saudade; Acaba e deixa vazio, acaba... Felicidade é temporária, acaba...

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