AMARguras.
Acordar é um tormentoÉ descontente
Piedoso
Os meus olhos só o oco
Do alvoroço vicioso que é amargurar de amor
No peito só o aperto
Nem cabe mais desgosto
Nem saudade cabe mais
Nem mais um pedacinho de amor coube
Na cama só há espaço para insônia
Para drama e lembrança
É quando aperta a dor
Invade
Aquele cheiro antigo se faz presente
E é só pensamento de quando eu fecho os meus olhos e insisto.
Penso...
Porque não existe fotografia, nada de registro material.
Só moral
Só emocional
Só carnal
Imagino
Na pele ficou o gozo e a lambida
Das vezes queridas
Que me dei vadia
No ouvido recordo, ainda ouço com gosto
As falas, frases, que comeram meu juízo até hoje
Até agora
Até quando?
Não durmo sem antes machucar-me cautelosa.
Deito, viro e mexo...
Durmo enfim.
E quando desperto, lamento
É um tormento
Procurei do mesmo desejo
Beijo
Sexo
Provo
Amo
De vários corpos
E prefiro o nada
Nas ruas, procuro por
Nos bares e nas esquinas das festas
Sem querer saber da possível desdenha que me espera.
Ninguém retornou hoje
Nem sinal ontem
Nem voltar volta
Nem foda ignora
Nem amor mais
Não moro mais em casa de telhado e cimento.
Moro na dor e na ausência maldita do amor.
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