Transa-se
Para ler ouvindo Céu - Cangote.
Caminha vagarosa no vão cheio de detalhes
Olha-se nos olhos de quem te observa
Ouve-se a musica, trilha sonora.
Prosa-se
Vozes, duas vozes, vozes...
Calam-se as bocas
Dão-se os beijos
Calam as bocas a beijos
Sente-se a pele
Aprecia-se à toques
Aprecia-se à cheiros
Aprecia-se à olhos
Tiram as roupas
Jogadas elas ficam...
Beijos, toques, lambidas.
O som soa no ritmo vivido
Soa
Os corpos soam bem perto um do outro
É o bruto com o delicado
É o toque indelicado, num corpo delicado.
É a vontade
Devora
Um devora o outro sem demora
Devoram-se a beijos e mais...
O beijo é mais saboroso
As línguas brincam
Há folia na cama
A cama
A cama sem coberta
Já desarrumada
Desarrumados os cabelos
Os cabelos puxados
Os cabelos foram puxados
As costas foram arranhadas
O pescoço foi chupado
Do mundo fugiram
As peles foram reviradas
As vontades bordadas
O menino foi da menina
O orgasmo fluindo
E os corpos parecendo um só
Um dentro do outro
Entra-se um dentro do outro
Com fome
Força
Afronta-se o pudor
Vai de vez...
Apertam-se
Geme
Grita
Uma boca encontra a outra
Beijam-se
Suspiram
Deleitam-se
Gozam-se
Afloram-se
Sorriem
Riem
E em beijos comemoram.
Moram
Um no outro.
0 comentários: