Morbidez
Acho eu que amanhã vou vim a falecer
Morrer porque não tenho levado nada a sério
Dormir misteriosamente, e acordar no paraíso inventado ou o inverso.
Acho eu que vou morrer
Preparei-me precocemente
Porque o mundo não tem me levado a sério
É tudo um pesadelo imenso,
aberto os olhos para sofrer.
Vida congestionada de trânsito e desprazer
Vida planejada, com hora até pra amar e fuder
Cronológica...
Vida agora vem com manual
Quem não segue vai pra o final da fila
Tem que seguir a mania
De acordar às seis
Minha alma está febril
Só um milagre pode salvar
Porque eu acho que vou morrer
Não tenho seguido as regrinhas
Da escravidão doentia
De qual muitos viraram zumbis
E não há como sobreviver
Todo dia a gente se ajoelha
E nem mais pede em reza
Só agradece por estar vivo
E se ilude achando que vida é isso
Acho eu que vou morrer mesmo
Já estou de braços abertos
E se poesia não mata
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